
Folha.com
JOÃO CARLOS MAGALHÃES ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)
Investigações da Polícia Federal indicam que o suposto megaesquema de desvios de recursos públicos no Amapá pode incluir até o Judiciário. Ao menos três desembargadores do Tribunal de Justiça local são citados no inquérito por membros da "quadrilha", como diz a PF.
Os nomes aparecem durante conversas de suspeitos. Segundo o inquérito policial, um dos desembargadores, Gilberto Pinheiro, tinha o aluguel da casa de uma suposta "amante" (o termo é da PF) pago pela Secretaria Estadual da Saúde.
Essa secretaria era o habitat dos pivôs do esquema, como o hoje governador Pedro Paulo Dias (PP), titular da pasta até este ano. Além dele, tinham tráfego livre ali Livia Gato, assessora apontada pela PF como amante de Dias, e Alexandre Albuquerque, dono da Amapá VIP, empresa de vigilância privada com contratos supostamente irregulares no governo.
As conversas --entre Dias, Livia e um outro assessor-- sobre o pagamento do aluguel à mulher ligada a Pinheiro são do fim de 2009.
O nome da mulher é Ana Paula Batifá. Seu aluguel estava atrasado e foi quitado.
Em dezembro, Dias ligou para a amante e perguntou se o pagamento do "aluguel daquela pessoa ligada lá ao tribunal" foi "resolvido". Seria o "negócio da Ana Paula".
ATÉ O INTERINO
Pinheiro é o presidente em exercício do TJ, no lugar de Dôglas Evangelista, que, com a prisão de Dias, assumiu interinamente o Estado.
Dôglas é citado em grampo no qual um homem diz que "ainda hoje" faria "o serviço de Dôglas do tribunal", que o "Paulo havia pedido". Para a PF, "Paulo" é Paulo Melém, suposto "testa de ferro" do prefeito de Macapá e primo de Waldez Góes, Roberto Góes.
O terceiro citado é o juiz Edinardo Souza. Pouco depois da menção, permitiu que Adauto Bitencourt, o titular da Educação suspeito de desvio de R$ 200 milhões, ficasse no cargo. O Ministério Público pedira sua saída.
Os juízes não falaram à Folha.
Atualizando: À Folha deu informação errada com relação ao nome de Ana Paula Batifá. O nome verdadeiro é Ana Paula Bercessat e a moça não é amante do desembargador Gilberto Pinheiro e sim irmã.(Informações veiculadas no TWITTER).
Um comentário:
Os mais esclarecidos sabem que judiciário do Amapáestá eivado de corruptos. O Ministério Público é omisso e subserviente ao executivo e a imprensa completamente vendida. Vou embora daqui. Não vejo alternativa. O Amapá é a new-sucupira amazônica. Que Deus nos proteja.
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