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18 novembro 2010

Amapá mais uma vez no JN

Cidade de Oiapoque, no Amapá, continua isolada e sofre com a falta de óleo diesel

O combustível é usado para abastecer os geradores de energia do município. Nesta quinta, ele foi transportado de um caminhão para outro através de uma mangueira sobre a ponte destruída.

A cidade de Oiapoque, no Amapá, está isolada por causa de um incêndio numa ponte. Falta principalmente combustível.

A ponte de 20 m é o único acesso de Oiapoque ao resto do Amapá. Ela foi incendiada no sábado por um motorista ainda não identificado: um protesto contra a situação da BR-156.

A Secretaria de Transportes do estado só começou, nesta quinta-feira, as obras da ponte nova. O jeito foi partir para o improviso.

O atalho improvisado foi construído pela prefeitura com a ajuda dos caminhoneiros que estavam parados na estrada e das comunidades vizinhas. Mas como foi usada madeira da ponte pra fazer o desvio, o conserto vai levar mais tempo. A maior dificuldade é material para trabalhar na recuperação da ponte.

Carros pequenos até conseguem passar pelo desvio, mas os veículos maiores correm risco. A traseira do ônibus afundou no barranco. Pra sair, só com a ajuda do trator.

“É um perigo, essa ponte não é segura. Foi feita manualmente, não tem nada de segurança”, conta o motorista Jardel Duarte.

Sem o acesso principal, poucos produtos chegam à cidade. O óleo diesel para abastecer os geradores de energia do município teve que passar por uma mangueira esticada sobre a ponte destruída. O combustível foi bombeado de um caminhão para o outro.

Mesmo assim, a energia continua sendo racionada. Foi cortada entre 10 da manhã e 6 da tarde. Para manter as portas abertas, alguns comerciantes compraram mini geradores de energia.

Falta também gás de cozinha e tem pouco combustível para os veículos. A pouca oferta fez os preços aumentarem.

“Atravessadores foram no posto, se abasteceram em casa e hoje estão passando combustível a R$ 5 o litro”, diz o comerciante Renato Batista.

Em vários açougues, as carnes estragaram. Os comerciantes esperam que a situação se normalize porque já são seis dias de prejuízos: “Perdi muita carne, perdi numa base de 40 kg de carne aqui. Só não perdi, assim, total, porque dei pro pessoal. Tenho que levar pra casa ou salgar”, explica o dono do açougue Augusto Lopes.

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