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26 novembro 2009

Confecom na Folha de SP‏

ELVIRA LOBATO DA SUCURSAL DO RIO: A Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), programada para dezembro, juntará as propostas mais polêmicas para o setor já produzidas nos meios sindical e acadêmico. A lista inclui desde a volta da estatal Embrafilme -extinta em 1990, no governo Collor-, à criação de mecanismos para controle social sobre a mídia e a concessão de canal de TV para as centrais sindicais.Convocada pelo presidente Lula, a conferência custará cerca de R$ 8 milhões à União. O objetivo é formular propostas para uma política nacional de comunicação, mas a representatividade ficou comprom etida após 6 das 8 entidades empresariais abandonarem, em agosto, a organização do encontro.Do lado empresarial, permanecem os grupos Bandeirantes e RedeTV! e as companhias te lefônicas, representadas pela associação Telebrasil, contra oito entidades dos chamados "movimentos sociais".Os grupos de comunicação se retiraram por considerar inconciliáveis suas divergências com os representantes das ONGs. Para as empresas, a conferência será um jogo de cartas marcadas em que essas entidades, aliadas a representantes do governo, vão expor o setor a um massacre público. O maior foco de divergência se dá em torno do que as ONGs chamam de "controle social sobre a mídia", que os grupos empresariais consideram censura.As ONGs e entidades sindicais aprovaram, há três semanas, suas principais propostas para o debate. A lista tem engordado à medida que se realizam as assembleias estaduais para indicação dos 1.539 delegados, que votarão na plenária nacional, em Brasília, entre 14 e 17 de dezembro. São Paulo terá a maior representação: 180.A proposta de maior impacto sobre o setor defendida pelos chamados movimentos soci ais é a criação de um conselho nacional de comunicação -composto 50% por usuários, 25% por trabalhadores do setor e 25% pelas empresas- para regulamentar e aprovar concessões para diversos serviços.A proposta inclui ainda a ideia de um comitê dentro do conselho para analisar os processos de outorga.As rádios comunitárias são mais um foco de tensão entre ONGs, sindicatos e empresas de radiodifusão. As duas primeiras querem multiplicar por dez a potência das já existentes e das novas e descriminalizar as piratas. Na agenda, estão várias propostas para concessão de novos canais de TV públicos. É uma antiga reivindicação das universidades, cujos canais são restritos às TVs a cabo.Propõem que nos próximos dez anos sejam aprovados quatro canais de TV pú blicos para cada concessão privada e que seja criado imposto sobre a venda de aparelhos de rádio e televisores para um fundo de fomento à TV pública, além da recriação da Embrafil me.As centrais sindicais reivindicam um canal de TV aberto para uso compartilhado entre elas e/ou criação de horário gratuito dentro das TVs comerciais, como o horário eleitoral.A Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) não quis se manifestar sobre o impacto que essas propostas, se aprovadas, teriam sobre o setor. A entidade diz que fará um encontro, depois da Confecom, para se posicionar em relação ao que for aprovado./// DA SUCURSAL DO RIO: Os grupos Bandeirantes e RedeTV! e as companhias telefônicas estão indicando cerca de 600 delegados à Conferência Nacional de Comunicação. No evento, as teles vão defender a mudança da lei que as impede de oferecer TV a cabo e a redução de impostos sobre a telefonia.As companhias telefônicas participam da organização da conferência por intermédio da Telebrasil. O receio das teles de que haja uma pressão para eliminar a assinatura básica do telefone até agora não se confirmou, pois tal proposta não ganhou relevância na agenda proposta.Depois que seis associações -Abert (rádio e TV), Abranet (provedores de internet), ABTA (TV por assinatura), ANJ (jornais), Adjori (jornais do interior) e Aner (revistas)- deixaram a conferência, co ube à Telebrasil e à Abra (Assoc iação Brasileira de Radiodifusores, que representa a Band e a Rede TV!) preencher a cota de delegados do setor empresarial.Flávio Lara Resende, diretor da Rede Bandeirantes e da Abra, diz que é contrário a várias teses defendidas por ONGs e entidades sindicais -como o controle social sobre a mídia e a descriminalização das rádios piratas-, mas afirmou que que vê pontos convergentes e espaço para diálogo.

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