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05 janeiro 2010

Violência no Trânsito

Hoje à noite, no jornal da TV Amapá, que antecede o JN da Globo, ouvi e vi mais uma autoridade do governo amapaense justificando-se diante do fato de que em 2009 aumentaram o número de mortes no trânsito em relação a 2008 aqui no Amapá: “A culpa é da população já que melhoramos a sinalização e a violência no trânsito aumentou”. Justificou a autoridade. Este fato lembra-me um dialogo atribuído a Virgolino Lampião e o Padim Padre Cícero em que o vigário pedia encarecidamente ao cangaceiro que parasse de matar as pessoas e esse lhe respondeu: “Meu Padim quem mata é à bala eu só puxo o gatilho”.

Desde que entrou em vigor, no dia 20 de junho de 2008, a lei federal 11.705, que ficou conhecida como a “Lei Seca”, o número de mortes no trânsito em todo o país diminuiu. Menos no Amapá.

Não é inaugurando semáforos, como se estivesse realizando uma grande e espetacular obra de salvação ou pintando algumas ruas, inclusive, com a presença do governador e do prefeito puxando asfalto em pose fotográfica que foram estampadas nos principais jornais locais, que irão resolver o problema da violência no trânsito. Esse tipo de atitude tem como objetivo enganar a população tentando fazê-la acreditar que o problema está resolvido quando na verdade os números mostram outra realidade.

O que o governo precisa é priorizar as ações de mobilização e a capacitação da sociedade e dos sujeitos envolvidos, na perspectiva de que, localmente, ocorra o desenvolvimento de políticas públicas formuladas com a participação da população e sob a responsabilidade dos vários setores da sociedade voltados para promover mudanças positivas na situação atual, e não apenas a preocupação da necessidade de a todo custo mostrar, mesmo que aparentemente, que está se fazendo alguma coisa e que essa coisa o torna um grande herói como se o tempo dos heróis não já tivesse passado. O que estamos precisando hoje, não é de heróis, é de cidadania, ou seja, é de cidadãos e cidadãs que tenham a consciência de que todos são e serão protagonistas das mudanças necessárias. Fora isso, é só demagogia.

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