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06 fevereiro 2010

Randolfe Rodrigues em entrevista ao PCC (Programa Consciência Cidadã)

Em entrevista ao PCC (Programa Consciência Cidadã) na 105.9 FM, Rádio Comunitária Novo Tempo, o ex-deputado, presidente estadual do PSOL e membro da executiva nacional do PSOL, Randolfe Rodrigues, nos falou de eleições 2010.

PCC:- Randolfe, você mesmo sem mandato, há bastante tempo, está sempre sendo citado como um bom nome para essas eleições de 2010, seja pela imprensa, nas ruas, seja nos bastidores políticos. A que você atribui esse “destaque”, da sua pessoa, no contexto político amapaense?

RR:- A sociedade amapaense sempre foi muito generosa comigo e eu sempre fiz questão de construir a minha vida dialogando com todos os setores. Eu acho que o estreitismo e as posições de apartação, em nada contribuem. As minhas posições políticas sempre foram muito claras e sempre tive um lado, mas eu faço questão de construir a minha trajetória política, sendo firme nas posições, mas sem ser sectário nas relações.

PCC:- Sobre a conjuntura eleitoral? Seu nome está colocado como candidato ao senado pelo seu partido (PSOL), mas muita gente acha que você poderia representar os partidos, ditos de esquerda e oposição, com o seu nome, ao governo do estado. Como seu partido analisa essa última posição?

RR:- Eu acho que os últimos acontecimentos, essa provável construção de aliança entre o presidente da Assembléia Legislativa (Jorge Amanajás) e o vice-governador (Pedro Paulo) aponta a conformação de um bloco unitário das forças, que pareciam divididas, que governam o Amapá. Essa conclusão nos leva ao raciocínio de que há uma necessidade de unidade das forças de oposição, de unidade das forças mudancistas. Precisamos construir uma alternativa comum, pois eu vejo que o campo está fértil para ampliarmos o nosso bloco. Eu vejo um aspecto diferente entre as eleições de 2006 e essa que acontecerá em2010. Nas eleições de 2006 todas as forças, do poder, estavam organizadas em torno da candidatura do atual governador do estado e só tinham duas candidaturas, na prática, de oposição, a candidatura do PSOL com o Clécio Luiz e a do PSB com João Capiberibe. Já esse ano nós percebemos que existe um leque maior de forças dissidentes com o bloco que governa o Amapá. Nós temos o bloco que disputou as eleições em 2008 formado por PSB, PSOL e PMN, temos setores do PT que já em 2008 apontaram para o caminho da mudança, nós temos o próprio Lucas Barreto que se coloca e se reivindica como oposição e temos também vários setores da sociedade civil que não estão tão agarrados, tão vinculados ao poder, como estavam antes. Podemos citar como exemplo disso o que ocorreu com a eleição da OAB, onde foi eleita uma chapa, independente, que não é atrelada as forças que governam o estado, podemos citar também como exemplo, da mesma forma, as eleições do Sindicato dos Urbanitários. Então eu estou sentindo um clima muito parecido com o que aconteceu aqui no Amapá, em 1994, quando as forças de oposição se agruparam em torno de João Capiberibe e conquistaram o governo naquele ano. Se nós tivermos a maturidade necessária para compreendermos que se eles se unirem do lado de lá, nós teremos que nos unirmos do lado de cá. Se assim for, com certeza essas eleições tende a ser de mudanças.

PCC:- Nos bastidores, quando se conversa e se coloca a possibilidade de uma ampliação das forças de oposição, para as eleições de 2010, sempre se questiona se o PSOL aceitaria determinadas coligações, dentro do grupo de oposição, como por exemplo, esses setores do PT do qual o senhor já falou. Têm fundamento esses questionamentos? O senhor seria contrário a essas possíveis coligações?

RR:- Me conhecem pouco, os que assim imaginam, ledo engano, ao contrário, eu estou afirmando aqui, em alto e bom som, eu acredito que a construção de uma aliança do lado de lá, impõe, a necessidade maior de uma aliança do lado de cá. Nós temos que construir uma frente ampla de oposição, e queremos ajudar nessa construção. Com relação a alguns setores do PT, nós temos como exemplo, o prefeito de Santana, Antonio Nogueira, que tem se localizado dentre as forças que querem mudança, desde às eleições de 2008, e Santana tem pago caro por isso. Existe uma perseguição brutal, contra Santana e o prefeito Nogueira.

PCC:- Em entrevista ao nosso programa o senador Capiberibe citou entre alguns nomes, o seu nome, como uma possível candidatura ao governo do estado, representando uma frente pela mudança. Como o senhor avalia isso?

RR:- Primeiro, uma citação do Capiberibe sobre o meu nome, é algo que preenche o meu currículo, é algo que me envaidece muito, eu me sinto lisonjeado com a citação do Capi e com a possibilidade colocada. A minha disposição na eleição, desse ano, é debater o estado é debater o Amapá, eu não tenho nenhuma vaidade por conquista desesperada de mandato político. Se tiver uma coisa que me fez bem nesses quatro anos, sem mandato parlamentar, foi afastar o compromisso e a responsabilidade que se tem na eleição seguinte de ter que ser conduzido a um mandato político, não tenho essa vaidade, eu posso cumprir um papel importante para o Amapá, para as oposições, nesse momento histórico, debatendo o Amapá seja na candidatura ao senado ou na candidatura ao governo. Essas duas candidaturas possibilitam um debate que eu gostaria de travar, sobre os rumos e sobre a necessidade de mudar esses rumos de desenvolvimento do Amapá.

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